Panela de pressão
Aqueles panelões de ferro.
Levavam um tempão a ferver.
O fumo horripilava os olhos.
Os caibros ficavam negros.
Um suplício era a cozinha.
Nos invernos em especial.
- Ó Pai! Aquilo é um instantinho...
- exclamava a minha irmã, já dona de casa,
na falta da Mãe.
- Onde a viste?
- Na tia Aurora. O tio Tónio lha trouxe.
Põe-se tudo dentro. Fecha-se bem. Passados uns minutos, começa a chiar a carapuça em cima.
Depois, parece um comboio a deitar fumo branco. Com toda a força. Até a tampa descer. Vai-se ver e tudo está cozido...Que maravilha!
- Vamos ver isso. - respondeu sereno o Pai.
Dias depois, ali estava uma em casa.
Nunca mais houve fumo. E o panelão arrumou-se ao fundo...
Mafra, 14 de Setembro de 2016
8h38m
Jlmg
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