sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Os cenários de cada dia

Os cenários de cada dia

Cada dia se monta um cenário novo
Diante de nossos olhos.
Tudo de novo,
Do palco ao fundo e cortinados.

É deslumbrante o céu com nuvens brancas,
Voando leves.
Montanhas de cumes brancos
Escorrendo verde.

E os vales tapados duma poalha nívea.

Tudo num movimento silencioso e lento,
Se vai mudando.

O sol nasce já dominando rei.
Semeando luz.
Tingindo a cores um quadro belo.
Imenso e rico.

Vê-se um rio sussurando ao fundo.
Beijando aldeias e seus campos,
Forjas do pão.

Sobem rebanhos pela encosta alta,
Em declive ao longe.

Dos telhados rubros se evolam golfadas de de fumo em chama.

Pelas barrocas e pelos caminhos,
Cirandam os carros de boi
De fueiros em riste,
Para encher de feno.

Pelos campos há lavradores curvados
E lavradeiras de foice em punho,
Fazendo erva aos montes.

Trinam os sinos a cada hora
Pelas aldeias fora.
Doseando o tempo às mãos cheias.

Dos longes vêm os silvos das fábricas
Chamando obreiros.

Pelas veredas que levam à escola,
Correm meninos de sacola às costas.
Mesmo assim, jogam o pião.

Se abrem janelas, de par em par.
Para que o sol entre
E abençoe os lares.

E o passaredo que não vai à escola,
Gastam seu dia em voos loucos.

Assim, de graça,
Mais um dia passa...

Mafra, 2 de Setembro de 2016
8h52m

ouvindo " Claire de Lune"

Jlmg

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