Os cenários de cada dia
Cada dia se monta um cenário novo
Diante de nossos olhos.
Tudo de novo,
Do palco ao fundo e cortinados.
É deslumbrante o céu com nuvens brancas,
Voando leves.
Montanhas de cumes brancos
Escorrendo verde.
E os vales tapados duma poalha nívea.
Tudo num movimento silencioso e lento,
Se vai mudando.
O sol nasce já dominando rei.
Semeando luz.
Tingindo a cores um quadro belo.
Imenso e rico.
Vê-se um rio sussurando ao fundo.
Beijando aldeias e seus campos,
Forjas do pão.
Sobem rebanhos pela encosta alta,
Em declive ao longe.
Dos telhados rubros se evolam golfadas de de fumo em chama.
Pelas barrocas e pelos caminhos,
Cirandam os carros de boi
De fueiros em riste,
Para encher de feno.
Pelos campos há lavradores curvados
E lavradeiras de foice em punho,
Fazendo erva aos montes.
Trinam os sinos a cada hora
Pelas aldeias fora.
Doseando o tempo às mãos cheias.
Dos longes vêm os silvos das fábricas
Chamando obreiros.
Pelas veredas que levam à escola,
Correm meninos de sacola às costas.
Mesmo assim, jogam o pião.
Se abrem janelas, de par em par.
Para que o sol entre
E abençoe os lares.
E o passaredo que não vai à escola,
Gastam seu dia em voos loucos.
Assim, de graça,
Mais um dia passa...
Mafra, 2 de Setembro de 2016
8h52m
ouvindo " Claire de Lune"
Jlmg
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