sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O poder da superficialidade

O poder da superficialidade


Mergulhados no nosso mundo de preocupações, cometemos graves erros, pela superficialidade com que encaramos o que não nos interessa.
Digo isto porque acabo de fazer uma visita guiada às ruinas do Convento do Carmo em Lisboa.
Passei largos anos a trabalhar ali perto. Para a Baixa e da Baixa para o Calhariz.
Tive de ouvir falar dessas ruinas causadas pelo terramoto de 1755.
Na minha mente firmou-se a ideia de que aquilo seriam um monte de calhaus e cacos partidos, sem interesse algum.
Por isso, nunca lá fui bisbilhotar.
O que perdi foi imenso e irreparável.
É que, para além da parte da igreja do Carmo que é monumental, apesar de tudo, com suas naves a céu aberto, de que restam lindas e arrojadas colunas, havia e há uma parte intacta.
Correspondente ao transepto do altar-mor. Um recheio de valor incalculável que diz bem como foram os desígnios de grandeza de quem a mandou edificar.
E nos espaços circundantes existia e existe um rico museu. Pioneiro, pela recolha de obras e de peças, tresmalhadas pelo mundo e pelo país e que muito ajudam a entender do que era o mundo dessas eras.
Sobretudo túmulos de príncipes e de figuras reais. Fragmentos em pedra de colunas moçárabes. E, até duas múmias de mulheres índias da América do Sul.
E, tanta coisa mais. Só lá indo. E, sobretudo acompanhado de um guia experto na matéria. Foi o caso.
Por essa razão, vou passar a não ser tão superficial.
Mafra, 16 de Agosto de 2019, 17h15m
Jlmg

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