Espaços quebrados
Há cacos espalhados a esmo pelo caminho deserto.
Nas bermas escuras, brotam herbáceas, sem rosto nem nome.
Pendem ramos à solta das hortas cercadas de muros.
Às vezes, as silvas vorazes invadem a estrada e picam.
Mas oferecem ladinas amoras bem doces.
Ninguém lhes resiste.
Nas bermas escuras, brotam herbáceas, sem rosto nem nome.
Pendem ramos à solta das hortas cercadas de muros.
Às vezes, as silvas vorazes invadem a estrada e picam.
Mas oferecem ladinas amoras bem doces.
Ninguém lhes resiste.
De hora a hora, passam jumentos com sacos no dorso.
Fazem os fretes que o moleiro precisa e trabalha.
Tisnado de branco, reluzem-,lhe os olhos azuis, e uma alma de santo no rosto.
E a mó de pedra de mármore não pára, roda que roda, à força do rio.
Passam as horas e o tempo não conta.
Fazem os fretes que o moleiro precisa e trabalha.
Tisnado de branco, reluzem-,lhe os olhos azuis, e uma alma de santo no rosto.
E a mó de pedra de mármore não pára, roda que roda, à força do rio.
Passam as horas e o tempo não conta.
O telhado de palha, molhado da chuva, serve de albergue gratuito às pombas sem beira nem dono.
Às vezes, cansado, pega nas contas e reza pelas almas perdidas.
Assustada com o negro da noite a coruja lá fora, se lamenta da sorte que teve.
Para ela a noite é o dia.
Por isso, vive triste e sózinha.
Às vezes, cansado, pega nas contas e reza pelas almas perdidas.
Assustada com o negro da noite a coruja lá fora, se lamenta da sorte que teve.
Para ela a noite é o dia.
Por isso, vive triste e sózinha.
Mafra, 15 de Agosto de 2019, 16h2m
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