Orbe terráqueo
Simples poalha de ser,
Dum universo infinito,
Poisei, um dia,
Por sorte ou azar,
Nesta bola de azul,
Perdida, à volta do sol.
Acaso ou não,
Aterrei neste orbe terráqueo.
Fiz dele meu torrão ao nascer.
Nele assentei e gravito.
Minhas folhas e raízes,
Meu suporte e sustento,
Me prendem a ele.
Carrego em mim um destino.
Nem eu sei bem o sentido.
Bate-me no peito um tambor
Que um dia há-de parar.
Solta gemidos e loas.
Sabe de cor o caminho.
Às vezes me segreda segredos
De quem o pôs a bater.
Fala-me duma vida além.
Se a quiser alcançar,
Primeiro tem de viver,
Como uma voz lhe ditar.
Berlim, 21 de Setembro de 2019
10h44m
Jlmg
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