Minhas mágoas...
Lancei ao vento minhas mágoas,
Eram tantas, dolorosas,
Enegreciam os meus dias.
Vinham de longe,
Das atrocidades que a vida longa
Me foi dando.
Adolescência, com carências,
E vontade de crescer.
Daquela guerra infame,
Se revelou inútil e sanguinária.
Tanta semente boa
Que foi ceifada.
As encostas alcantiladas,
Subidas a fogo,
Até os cumes.
As derrapagens escorregadias
Através das sendas,
Áridas e recheadas de salteadores.
As vitórias só aparentes
Em que nenhum ganho
Sobejou de bom.
Enfim.
Só foi seguro e consolador
O castelo de sonho
Que ergui onde criei
Quem, com saudades,
Me ficará chorando
Chegada a hora de partir...
ouvindo Martha Argerich ao piano tocando Schumann
Mafra, frente à Tapada, 1 de Março de 2017
8h17m
amanheceu cinzento
Jlmg
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