Revelações sem preço
Há sempre em nós recônditos de reserva.
São o nosso espaço real.
Vão-se acumulando com o correr dos anos.
Desejos que não foram conseguidos por qualquer razão.
Sonhos que nunca se realizaram.
Erros cometidos sem remissão e que modificaram, para sempre, o devir da vida.
Solidões impostas por negação de alguém querido.
Palavras desabridas que nunca se esperou ouvir.
E deixaram mossa.
A indiferença de alguém que nunca se admitiu.
Deixou um sulco que nunca sarou.
Dependemos muito do que vem do nosso próximo.
Como do ar que respiramos.
Ninguém é auto-suficiente.
E, se teima em o negar, resvalará por certo para a solidão fatal.
Mafra, 30 de Abril de 2020
16h16m
Jlmg
Sem comentários:
Enviar um comentário