Figueira do diabo
Amarelecido por fora
Sedoso na pele, raiada.
Amarelecido ao sol.
Carnudo e sadio.
Crava-se-lhe o dente.
Um arrepio na espinha.
Amargo de enxofre.
O raio do figo.
Que o diabo pariu nas noites de inverno.
Faltou-lhe o mel da seara.
Impregnado de fel,
Afugenta o sedento e arrasa o faminto.
Donde veio a praga que nem falta fazia?
Só alegra e colora o caminho, parecendo bendito.
A garotada da escola, à falta de trapos,
Faz dele uma bola ou uma bala de fisga, conforme a guerra, enquanto dura e resiste.
Mafra, 2 de Maio de 2020
16h13m
Jlmg
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