O chão da minha aldeia
Sabia de cor os caminhos da minha aldeia.
Era negro o chão.
Ficava verde quando o cobria o sol.
Tinha campos e montes onde esvoaçava o passaredo.
Sobre as eiras aloiravam espigas.
Depois de secas, não escapava uma.
Era um mar de neve, a escorrer da mó.
Abençoadas broas que saíam do forno de lenha.
Era um regalo para a semana inteira.
Aquele riacho manso a serpentear perdido pelas fonduras da aldeia.
Dava de beber ao gado, regava as terras e servia de mar a quem não tinha praia.
E aquele folguedo sadio enquanto se vindimava o vinho...
Era uma romaria que galvanizava a aldeia!
Bar dos Motocas, arredores de Berlim, 21 de Janeiro de 2020
15h19m
Jlmg
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