quarta-feira, 14 de junho de 2017

Sózinhos nacarruagem...


Sózinhos na carruagem…

O comboio de madeira apitava,
Douro acima.
Do Porto p’rá Régua,
Passava por túneis.
Largava fumo e faúlhas.
Entravam pelas janelas.

As camisas coitadas,
Que a tia brunia,
Ficavam com cinza
E ninguém as pagava.
Thucathum!...Thucathum!
Indiferente o comboio seguia.
Vinha o rio e as ramagens das árvores.
No banco em frente,
Uma moça sózinha,
Vinha do Porto,
Entrei em Caíde.
Ela, ao pé da janela.
Era bonita
E seus olhos sorriam.
E eu, de caneta na mão,
E um caderno diário,
Apontava as ideias.
Vinham a quente
Que passavam na mente.
Restou-me a lembrança.
Que será feito da moça
Que o comboio levou?...

Berlim, 14 de Junho de 2017
11h50m
Jlmg

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