Sarilhada de fios
Para pôr o computador a carburar,
Há uma sarilhada de fios a desenlaçar.
É o da corrente que se esconde na mala enrodilhado.
É o rato ladino que se esgueira ao trabalho como um rato.
É o da net que se emaranha numa teia sem aranha.
E o dos fones para calar os megafones.
Só depois eu páro e acendo a combustão.
Depois, é o clarão do mundo que se abre e aproxima.
Vêm as boas e muitas más.
Uma a uma, se acende verde o facebook.
Vem a troca. Cada um com seu farnel.
Cada um o seu sabor.
Aqui se chora, ali se ri.
Há os sérios e meditabundos.
E os cegos que só a si se vêem.
Mas também os generosos.
Os que pintam e os que escrevem lindamente.
Cada um na sua língua.
Depois, é a debandada.
Valeu a pena a trabalheira...
Berlim, no bar do Reicheld, 6 de Junho de 2017
8h55m
Jlmg
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